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03/04/2020

Instrospeccao e o medo da realidade

Tenho a minha frente uma folha em branco mas tantas coisas misturadas. A minha cabeça é neste momento um turbilhão de emoções. Tenho o telemóvel na mão, o computador portátil na sala, mas a minha inércia e a falta de vontade tremenda prende-me aqui à cama, por baixo de um cobertor que me apazigua e me aquece a alma.
Comigo, estão os meus pensamentos, esse turbilhão de emoções que me assola, que vai e que vem e que me deixa inquieto. Inquietante serão também os mesmos pensamentos.
Questões, medos, pontos de interrogação, como se tivéssemos nalguma cena de filme. Bom, se calhar é mesmo num filme (digno de Hollywood Star) em que estou metido.

De qualquer das formas, sinto um pulsar de raiva/angústia dentro de mim. Confesso que tenho tentado fazer alguma instrospeccao neste tempo de "quarentena". Pergunto-me porque sou assim, pergunto porque as pessoas são assim.
Ah, se eu pudesse controlar as acções à minha volta, faria com que todos estivessem confinados em casa e com um sentimento de compaixão tão grande ao invés de andarem a pensar só no seu umbigo ou que só acontece "aos outros". Esses outros, que causam um efeito de estranheza, que me fazem questões ou que me fazem fazer questões. Estranho! Mas afinal de contas, eu poderia controlar as minhas raivas/angústias, certo? Talvez, mas como Ser Humano que sou e com essa sua complexidade há coisas que simplesmente não posso controlar, fazem parte de mim.

Mas como eu estava a dizer, e pensando nos meus botões, tenho-me feito perguntas. Pergunto porque é o Mundo assim? Pergunto, porque é que as pessoas não menos egoístas e só pensam em lucro, dinheiro, poder, capacidade para fazerem somente aquilo que tanto querem, que tanto ambicionam? Algumas respostas encontro, ou penso que encontro, outras nem tanto. Há perguntas que simplesmente não têm resposta. Não há justificação, apenas é. Tal como eu. Apenas sou, apenas existo.

Tenho aprendido a conviver com o melhor de mim e também o pior. Sim, porque todos temos um lado bom e um lado (menos bom, vá). Não sou perfeito mas confesso que por vezes tento ser. Talvez tenha um lado mais perfeccionista e nunca quisesse admitir. Ok, posso confessar mais uma coisa, tenho medo da Solidão. Sim, essa palavra que tao banalizada é e que é vista como um Tabu (entre tantas outras do nosso dicionário).
As vezes pergunto-me <<e se eu morresse hoje, que falta faria?>> Mas confesso que não tento saber a resposta, porque se calhar assusta-me (e muito) o que possa vir de lá. Divago e divago mas sinto que escrever faz-me bem.
É como se estivesse alguém do outro lado a ouvir-me e a olhar-me nos olhos com atenção, ou até mesmo a imaginar-me.

Não quero protagonismo, mas se leres o meu texto já fico bastante feliz.

Por agora, vou repousar o cursor da caixa de texto e dar descanso ao ecrã do telemóvel, com a esperança de nos voltarmos a ver um dia.

23/03/2020

12º Dia - Quarentena (Nao) Obrigatória

23 de Março de 2020
13:52 marca o relógio do meu telemóvel 

Tenho tanto cá dentro, para deitar fora. Sinto as minhas energias com um descontrolo emocional. Vou-me tentando aguentar da melhor maneira possível, sem que expluda. Somos dois cá em casa, porém tanto tempo confinado faz com que o choque de ideias/pensamentos/opinioes se sobreponha a tudo o resto (laços familiares, lacos afectivos, o amor). Sao situacoes que por vezes nao se controlam mesmo sendo forte e tendo uma cabeca forte. Por vezes, também nos vamos abaixo e eu nao sou excepçao. Embora, por vezes quisesse poder controlar mais a minha mente, a angústia que pulsa dentro de mim faz com que tudo se desvaneça num ápice, num piscar de olhos.

Vou inventando coisas para fazer, para me manter sao e salvo, no meio deste Caos. Sinto-me impotente, sem capacidade para fazer mais. Pudesse eu ter a capacidade de salvar todos os velhinhos e demais pessoas no Mundo. Felizmente, existem pessoas que tratam de pessoas e fazem tudo o que tem ao alcance, para que fiquem bem.
Quero acreditar, que tudo fica bem, mas também sei do realismo que está presente na minha mente e essa película, mesmo sendo fina nao desaparece de vista. Ela está lá. Eu estou com os pés assentes na Terra.

Gostava de ter o poder de poder mudar consciencias, alertar mais as pessoas para o PERIGO deste "Inimigo Invísivel". Já fiz partilhas de posts, de vídeos elucidativos, de apelos vindos de fora, mas sinto que nao estao a resultar, quando vejo ainda milhares por este Mundo fora a ignorar todas as mensagens, toda a Realidade à frente dos olhos.

É assustador tudo isto. Sentimento de Impotencia, sentimento de angústia. Ai, se eu pudesse!

Já nao tenho Avós. Perdi o meu Avo primeiro e mais tarde a minha Avó. Custou muito, custa muito!
Vejo o que se passa no Mundo, os relatos que me chegam de realidades vizinhas e vejo pessoas a negligenciar (ainda) esta situacao caótica!

O nosso Governo demonstra tal incapacidade para gerir e lidar com tudo isto e vao (aos poucos e poucos) tomando algumas medidas. Continuam a nao aprender com exemplos vindos dos nossos vizinhos e (como tem sido hábito desde SEMPRE) continua a improvisar como bom portugues, à espera que possa haver um Milagre, que nos salve a todos e que impeca uma tragédia de acontecer a Portugal.

Custa ver, à frente dos olhos, que numa situacao como esta, só conseguem ver os Euros + Euros + Euros e manutencao de postos de trabalho. Mas Guess What? Sem populacao, sem pessoas, nao vao ter pessoas a poderem produzir, ainda para mais "DOENTES". Sim, porque uma situacao como estas vai abalar certamente a Saúde Mental de milhares. Nem todos temos capacidades para lidar com frieza e toda a Calma que é "exigida" tal situacao de Quarentena, Confinamento e Saída de Zona de Conforto.

Deixo o meu desabafo, na Esperanca que mais consciencias possam ser abanadas e alertadas para que, isto nao e um problema individual. É um problema à escala Mundial e só em Conjunto, Juntos poderemos resolve-lo!


17/02/2020

Tímido Regresso


É precisamente hoje dia 17 de Fevereiro de 2020. Já perdi a conta aos anos que passaram desde entao, mas hoje, e gracas tambem a uma amiga que tive oportunidade de conhecer pessoalmente e ir mantendo contacto (q.b) resolvi fazer um "regresso". Bom, trata-se de um regresso bastante "tímido" pois aquilo que paira no meu pensamento é demasiado grande para resumir em breves palavras ou num texto algo elaborado.

Quantas coisas já se passaram desde entao... Trabalhos, amizades, relacionamentos (como se fossem assim muitos), tristezas, perdas, em suma, APRENDIZAGENS. Si
m, porque é de tudo isso que se trata a nossa vida. Uma aprendizagem. Contínua, dura, mas faz parte do nosso crescimento como pessoas e Seres Humanos.

Encontro-me por aqui a tentar nao divagar muito. Poderia dizer tanto, como tao pouco. A velocidade da adrenalina com que pulsam as minhas veias é "gigante". É um misto de emoçoes, tristeza, raiva, angustia, ansiedade. Ansiedade, ah essa palavra que existe e que toma conta de nós, seja pelo que for. Mas espera lá.. Se somos Seres Humanos e supostamente racionais, temos o poder de controlar a nossa mente e a nossa dita "Ansiedade", certo? Bom, certo, mas por vezes as emocoes que tomam conta de nós acabam por serem superiores à nossa capacidade de controlar certas emoçoes. Creio, no entanto, que nao haverá mal nenhum nisso, até porque revela a nossa capacidade como Seres Humanos de sermos íntegros e mostrar-mo-nos ao mundo tal como somos. No fundo, ninguém é perfeito e eu perfeito nao sou, mas cá vou-me aguentando e tentando controlar as minhas emocoes, respirando, pensando, oxigenando e sobrevivendo.

Obrigado a ti, se tiveres paciencia para ler este texto, este pequeno "regresso" (a ver vamos). Mas faz mais libertar-nos das amarras do passado. E já que temos esta possibilidade de falar "secretamente" mas "abertamente" ao Mundo, why not?

Ps. Ah, já agora, acho que estou a sentir um tremendo alívio em escrever estas linhas ao fim de "alguns anos" e expor um pouco daquilo que vai cá dentro.

17/03/2016

A Música fala quando o coração não consegue explicar

A Música fala quando o coração não consegue explicar. 

Por vezes o nosso coração está tão preso, tão ofegante, que só lhe apetece gritar, só lhe apetece chorar, só apetece espernear e fazer trinta por uma linha, mas não consegue. Estás preso, é como se tivesses amarras em ti em que tu queres soltar-te a todo o custo mas não consegues. As cordas queimam e queimam e quanto mais voltas dás, quanto mais te mexes, mais a dor é agonizante, mais a dor se entranha no teu corpo.
Mas é aqui que entra a música, aquelas partituras, aquelas claves de sol, entre colcheias e semi-colcheias, as melodias mais altas ou mais calmas. São essas que traduzem o teu estado de espírito, são essas que te libertam, que te fazem sentir um mar de emoções, aquelas que te libertam dessas mesmas amarras, que te fazem gritar a todo o mundo bem alto de forma a que possam ouvir e também em parte sentir o que tu estás a sentir. Dás por ti num pranto, num rio de lágrimas, sejam elas de felicidade, ou de infelicidade, de dor. É nesse momento que vês e sentes o teu corpo, a tua alma a fluir, a ganhar um novo fôlego, uma nova sensação de bem-estar, de liberdade, de sanidade mental.

11/03/2016

Mundo parado

O vosso mundo não sei como está. Se está a girar, se está parado, se está em constante movimento, numa azáfama tão grande que nem se percebe das suas próprias voltas. Mas o meu está parado. Sim, parado. Não parado de deixar de funcionar, de trabalhar, mas sim de parado para contemplar o momento. O momento. Ah esse que tão bom é, tão prazeroso que traz uma calma e uma tranquilidade à minha pessoa. Como é possível um Ser Humano, tão pequeno, ainda em crescimento já conseguir causar um mar de tantas e tantas sensações (boas claro) noutro Ser Humano, mais formado, mais adulto, com as emoções todas desenvolvidas?

Mas é certo que é isso que acontece. Tens um dom de me expor ao Mundo, de tocar o meu coração com um Sorriso completamente aberto, visível a qualquer pessoa, a qualquer ser ciente. Ter-te nos meus braços, no meu colo, ver as tuas expressões de satisfação, de puro amor, de pura ligação, não tem preço. Nada disso consegue ter qualquer preço. É uma sensação tão boa, tão única que me faz esquecer tudo o que está à minha Volta. Ao fim de tantas semanas sem ligação física a ti (mas sempre espiritual) as saudades corroíam e matavam-me por dentro lentamente, mas eis que hoje chegou o dia. Não foram horas, não foi uma tarde inteira, mas sim minutos. Minutos de uma autenticidade tão grande que valeram todas os dias e semanas de espera para te ver, para estar contigo.

Sabe bem, ver-te crescer, ver-te saudável, ver-te a sorrir e ao mesmo tempo chorar (dizem que lava a alma). Não estarei nunca longe de ti. Mesmo que sejam quilómetros, estaremos sempre unidos de Sangue, querido sobrinho. 

04/03/2016

Emoção que corre nas veias

Tem momentos na vida que nos sentimos sós, momentos em que paramos tudo o que estamos a fazer, a olhar, a observar, e apenas nos limitamos a sentir.
É como estou neste momento. Sentado, num sofá, com uma música para me ajudar a tirar cá de dentro as emoções. Pelo canto do olho, há um quente, não daqueles que queima, mas sim daqueles que aconchega, daqueles que faz bater o coração, acelerá-lo, impulsioná-lo para se libertar. Não são lágrimas mas sim a emoção a escorrer pelas veias, por cada partícula do meu corpo.

Vou tentando transcrever essas emoções, para uma folha de papel digital. Sim, porque a folha de papel digital eu posso escrever, apagar, copiar de uma forma tão fácil, tão fluida quanto o meu pensamento. A boca, essa encontra-se seca à espera do calor de uns lábios puros, com uma vontade incessante de encontrar alguém, alguém que entre na minha Vida e dê-lhe um rumo diferente, um novo sentido.

É isso que no fundo talvez eu precise, de uma virada, de uma pessoa que transforme e equacione tantas e tantas coisas na minha Vida, uma mulher. Não sei, não tenho respostas para todas as minhas perguntas.
Acredito que a Vida tem um Caminho para mim, tem algo reservado para mim, para me mostrar porque é assim e não de outra maneira. De resto, cá continuo eu, fazendo o meu dia-a-dia, o meu dia após dia, tentando viver sem questionar em demasia, aprendendo, sorrindo, chorando, alegrando o meu próprio dia e tentando fazer outras pessoas felizes.

Vamos sorrindo e aprendendo!

26/02/2016

Regresso, sem data de partida


Minutos, Horas, Dias, Semanas, Meses. Até mesmo posso arriscar (com certeza) que passaram-se alguns anos (pelo menos um). Como sinto falta de escrever, de passar os meus pensamentos não para um papel, mas sim para uma página que pode ser acedida aqui, no meu País, ou do outro lado do mundo, por qualquer desconhecido. Não é que revele a minha identidade, mas é como se fosse uma amizade conectada por uma ponte de palavras, uma ponte de emoções mistas, sejam elas iguais ou não em cada parte.

O pulsar do meu coração inquieta a minha alma. Tanto por dizer, tanto por falar, que a ansiedade envolvente bloqueia o cérebro, bloqueia a boca, bloqueia a língua e nada sai. 

A minha mente, lê quem a conhece, quem a sabe de cor, quem consegue ir até à mais ínfima parte e nisso são muito poucas, muito poucas as pessoas que conseguem fazê-lo. Mas não se trata de uma capacidade intrínseca ao Ser Humano. É mais do que isso, é uma envolvência, um cruzar de Almas, de pensamentos, de ligações fortes, sejam elas pelo sangue ou não, que permitem isso. É quase como se tratasse de um Puzzle onde a peça X encaixa de forma quase "perfeita" na peça Y, permitindo assim emanar uma Luz, Luz essa que consegue ser pressentida pelos seres cientes deste Universo.

É um regresso, espero que não breve. É um regresso, sem data definida de partida.

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