A loucura anda no ar e infelizmente atingiu tudo e todos. Entristece-me tudo o que neste momento se passa à volta, desde as mentes completamente formatadas às constantes manipulações diárias por todos os que nos rodeiam. Onde é que anda a paixão, o carinho, a felicidade, a alegria? A forma de viver a vida com sabor, fintar as tristezas com astúcia e vangloriar os nossos feitos? Tudo isto vai-se perdendo a olhos vistos e o ser humano cada vez mais tem tendência, a perder os seus verdadeiros atributos. Limitam-se a utilizar expressões do "colega do trabalho", do "colega de turma", do senhor do café e a sua sabedoria esvai-se completamente para outras coisas inúteis tais como fumar quantidades abusivas de droga para ser bem aceite na sociedade, e naquele grupo que tanto idealizamos. Onde anda a essência do nosso "eu"? É realmente necessário adoptar o mesmo estilo de vida que o/a vizinho/a do lado? É realmente necessário gostar das mesmas coisas que aqueles que chamamos de "nossos amigos", só porque fica mal se não gostarmos? Muita coisa passa em meu redor, e que os meus olhos infelizmente captam, e digo infelizmente pois envergonha-me e entristece-me da forma que jamais pensei ser possível.
Como vi num filme há uns bons tempos atrás "O certo é o certo o errado é o errado", no entanto, cada vez mais as verdades, as frases, as afirmações de grandes filósofos, antropólogos, psicólogos, ou pessoas normais (com um gosto especial pela vida) deixam de fazer sentido porque não são aceites. O preconceito consegue invadir o pensamento de cada um a olhos vistos, e nem o próprio ser humano tem discernimento para colocar um ponto final neste círculo vicioso, nesta manipulação diária. O contrário é que está certo, o errado é que está certo (afinal sempre se confirma que "o fruto proibido é sempre o mais apetecido") e o certo é o errado. Para quê fazer algo certo na vida, para quê amar, apaixonar-me todos os dias pela mesma pessoa, sorrir para quem gostamos, dizer um "olá" (com vontade, com apreço) para a pessoa que está ao nosso lado do metro, ou até mesmo para os nossos amigos, se o que é realmente certo é andar a lamentar, falar bem à frente, e nas costas ser outro alguém totalmente diferente. Estarei a contradizer-me?
Não, estou apenas a constatar factos. Muito orgulho tenho eu, de tudo aquilo que já fui passando na vida, pois tenho aprendido mais e mais, e não não tenho vergonha de ser como sou, não tenho vergonha de ser apaixonado pela vida, e muito menos tenho vergonha de ser um Homem com H, e não não sou convencido e também não vou ser modesto. Limito-me apenas a colocar a mão na consciência e ter noção do que valho.
André Prado