Visitas ao blog

12/11/2012

Coração dividido, Cabeça dividida

Vamos a meio da tarde e o sentimento que me vai na cabeça, no coração é: não sei. Exactamente não sei o que me vai na cabeça e no coração. Não sei o que sinto, se sinto, se posso vir a sentir, se é que poderei vir a sentir o quer que seja. O sol está deslocado mais para a esquerda da minha janela, e eu não consigo sentir o seu calor a penetrar na minha pele pálida (causada suponho pela má circulação de sangue). A mão esquerda está mais ou menos aquecida, mas a mão direita está gelada. Contraditório. Talvez seja assim que neste momento eu estou, permaneço e parece que continuarei. Sou uma contradição. Ora gosto, ora não gosto, ora quero, ora não quero e não há maneira de me decidir. São várias as situações que me apoquentam, desde o facto de não existir emprego para quase ninguém, e eu como cidadão não sou diferente dos outros nesse aspecto (continuo sem que alguém me arranje um trabalho/emprego, e não é por falta de procura). A possibilidade de emigrar é cada vez mais uma alternativa em mente, mas há muita coisa que me prende aqui e não é somente o clube de futebol, é muito mais que isso. Hoje tenho um gato, é um bébé ainda (tem 3 meses) mas já o acompanho todos os dias há quase um mês. Lidar com ele 24horas por dia é simplesmente mágico e inesperado. Óbvio que não se trata de uma criança e de um ser humano, mas é um animal e fervoroso amigo do dono (para todos os momentos que têm de ser). Isso é um dos factores que me faz pender a balança para este lado. O outro lado do Oceano, poderá oferecer-me uma casa (embora longe da cidade, q.b), um curso superior numa Universidade Privada paga pelo pai (que tem mais possibilidade do que se fosse aqui) e talvez uma nova esperança, uma nova vida.

Mas eu conheço bem o pai que tenho, conheço bem a pessoa que há dentro de mim, e a compatibilidade existente é praticamente nula. Cabeças muito diferentes, ideologias absolutamente opostas, e um desconhecimento certo em relação à minha pessoa (ao que eu gosto ou não, ao que eu sinto ou não, e por aí vai). No entanto, trata-se do meu futuro e da possibilidade de me "vingar" na vida, de ser alguém (mas eu já sou!), de poder ter uma licenciatura e algo que me dá mais credibilidade no mercado de trabalho. Mas sinto que não estou preparado para dar esse salto, não por não ser capaz, mas sim por não querer e por me conhecer demasiado bem até. Aqui deste lado tenho amor, carinho, um tecto, um amigo para a vida (já que os outros apenas falam por interesse ou quando calha, embora tenha um amigo que é mais um irmão que liga-me sempre a perguntar como estou, apesar de estar a quilómetros de distância no sul do país) uma família e é assim que o coração e a cabeça vão ficando divididos.

Não sei o que mais escrever, pois as células do meu cérebro não estão a produzir oxigénio suficiente para ter rasgos de imaginação, criatividade ou o quer que seja. Por isso digo "até já" à minha próxima publicação aqui por estes lados.


PS. "A ESPERANÇA É SEMPRE A ÚLTIMA A MORRER"


Arquivo do blogue