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18/10/2012

As luzes guiar-te-ão até casa.

São vinte e dezoito, e o silêncio continua permanente, no corpo, na cabeça, na alma. O vazio do coração não deixa margem para dúvidas. Sente-se inevitavelmente sozinho, com vontade de saciar todos os seus desejos, enternecer outra alma descaída, abraçar um novo músculo desenvolvendo-o e alimentando-o progressivamente. A chuva lá fora está contida nas nuvens carregadas, que vão sobrevoando cada prédio de betão, de cimento, por janelas e janelas de histórias por contar. As luzes na cidade pequena em que me envolvo brilham pouco, brilham a medo, dando apenas sinal de sua presença e nada mais. Uma mera presença, afirmando que também existem e também precisam de brilhar. Será que só nos teremos sentimentos? Será que tudo tem vida?
Uma coisa sei, é que este desejo de querer mais e mais permanece e não parece querer abandonar-me. Por um sinal é bom, significa que por si só já me sinto vivo, mas preciso urgentemente de alimentar este coração descaído que palpita só pela sua natureza, mas precisa de palpitar com vontade, com VIDA!

12/10/2012

Vazio sem sentimento

Nunca pensei voltar a escrever, mas sinto um enorme, um enorme desejo de me expressar, de desabafar, de falar com as paredes, ou sentir que alguém desse lado me está a ouvir a olhar para os caracteres que vou deixando por rasto no meio desta "folha digital" branca. A noite lá fora está escura, silenciosa, não há ninguém na rua e as almas que por aí vagueiam estão soltas, desprendidas, umas mortas, umas apenas vagueando em torno das ruas que fazem esquina com o talho do Sr. João, ou o cabeleireiro da Dona Paloma, ou até mesmo da frutaria da Ti Maria. Claro que estes nomes são tudo invenções, porque é giro, engraçado e fica sempre bem nestas "coisas". O silêncio é tanto, que a minha alma assusta-se. Está tudo tão parado, as folhas não mostram raízes, o coração grita e quer chorar, mas não tem sentimento suficiente para poder debitar palavras de ternura, de amor, de satisfação ou até mesmo para derramar várias lágrimas pelo soalho da casa ou o parapeito da janela, envolto por uma grande e longa parede branca, que destaca o prédio em dias de sol.

Isso dói isso custa, é estranho, um sentimento... Mas.. Será que se pode dizer que se trata de um sentimento? Vejamos. O coração grita mas não consegue chorar, logo alguma coisa de estranho se passa, certo?

Bem, deve ser apenas mais uma divagação de estar "parado" e ouvir músicas melancólicas à meia-noite e cinquenta e sete minutos. (escrever por extenso é engraçado).

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